quinta-feira, 20 de junho de 2013

CARTA ABERTA



 Na manhã do último dia 17 de junho, o professor José Edinardo Albuquerque Silveira, meu pai, deixou o nosso convívio, deixando uma lacuna imensurável nos corações da família e dos amigos.A comunidade cearense, em especial, a sobralense e a massapeense, por onde este notável homem das letras laborou, reconhece a contribuição que ele deu, no sentido de ajudar as pessoas que precisavam da sua ajuda, e também, principalmente, no seu trabalho junto à educação, pela qual se dedicou profundamente no que tange à expansão da Universidade Estadual Vale do Acaraú pelo interior do estado do Ceará, como também em relação ao processo de registro e reconhecimento de inúmeras instituições de ensino.
 Este reconhecimento se deu não somente no íntimo das pessoas com as quais o professor Edinardo Silveira conviveu, mas também se exteriorizou quando ele foi aceito em uma das cadeiras da Academia Sobralense de Estudos e Letras – ASEL, pelos livros que escreveu; além do título de cidadão sobralense, recebido da Câmara Municipal de Sobral, pelas suas relevantes contribuições a esta cidade. 

Na comunidade acadêmica, especificamente, pelos corredores da Universidade Estadual Vale do Acaraú, onde dedicou 37 anos da sua vida, cresci, ouvindo dos acadêmicos e do corpo docente, os benfazejos protagonizados por ele.

Venho agradecer a todos aqueles que fizeram parte da história do professor Edinardo e também àqueles que deram grande apoio nas horas de dor: a nossa secretária Valdiana, o enfermeiro Aristides, os amigos Walter, Fabiana, Hamilton Furtado, Silveira Rocha, professores Júnior Carneiro, Oscar Rodrigues, Teodoro Soares, Boaventura, prefeito Veveu, corpos docentes da UVA e do INTA, à minha mãe (guerreira), demais amigos e familiares, de quem me desculpo pela falta de algum nome. Eu e minha família somos eternamente gratos.

Relembrando ainda os tempos de criança, quando fazem parte do nosso universo, nessa época,  os super-heróis, entre os quais havia um que não fazia parte dos quadrinhos e que, por este motivo, por estar mais próximo e presente do que qualquer outro, para mim, era o mais forte, o mais poderoso... aquele que poderia me defender de qualquer mazela, dando-me alegria e guiando os meus passos, durantes as aventuras. 

E assim fui crescendo e vendo que aqueles super-heróis das historinhas faziam parte somente delas e não da minha história, diferentemente do meu herói que construía a nossa epopeia todos os dias. 

Hoje, aqueles heróis perderam a importância, uns porque já morreram – não eram invencíveis –, outros porque, simplesmente, não eram importantes, afinal eram apenas mito. Pena poder dizer que hoje meu herói também morreu, mas – de tão poderoso, invencível – ainda se faz presente na minha história, esquadrinhando os caminhos da sua família, com quem, durante toda a sua existência, rabiscou os preceitos da dignidade, da honestidade e da boa-fé. 

Meu pai transcendeu a um bom lugar ao qual, por toda a sua vida, fez jus por merecer. Seguirei seus ensinamentos e procurarei dar continuidade à sua obra com profunda gratidão, por ser, até hoje e por toda a minha existência – eternamente – o meu herói.

Saudades.

Neil Silveira
19.06.2013

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