segunda-feira, 24 de julho de 2017

Parecer da PF sobre gravações de Machado é alerta para atuais e futuros delatores

O relatório de 70 páginas da Polícia Federal (PF) desclassificando as gravações de Sérgio Machado com José Sarney, Romero Jucá e Renan Calheiros como prova de obstrução de Justiça é um marco no festival de delações da Lava Jato. O sinal é que elas têm sido de enorme utilidade para desvendar a incrível teia de corrupção no País, mas tudo tem limite. Não é qualquer gravação, a qualquer hora, que deve ser considerada e dar benefícios generosos aos autores.
Os acordos mais criticados são justamente os de Machado, que passou dez anos desviando recursos na Transpetro, mas está numa boa com os filhos milionários, e os dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que tiraram a sorte grande várias vezes no Brasil e corromperam centenas de políticos, mas saíram ilesos e fazem a festa nos EUA.
A conclusão da PF é que as conversas de Machado com o ex-presidente da República e os dois senadores são apenas isso... Conversas. Não há provas de que as palavras foram seguidas de atos e que eles efetivamente atuaram para criar dificuldades à Lava Jato e obstruir a Justiça. Podem até ter feito, mas provas não há.
Logo, Machado revelou-se inútil para as investigações, pelo menos em relação às gravações, e isso leva a uma dúvida: o custo-benefício do acordo entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e Machado valeu a pena? Se não, é o caso óbvio de revisão dos benefícios dele e dos filhos, que operavam os milhões da corrupção no exterior. 

Texto: O Estadão

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