No período de seca no Nordeste, cerca de 300 mil pequenos agricultores obtém o sustento no extrativismo da palha da carnaúba. É a única fonte de renda do trabalho agrícola na região, quando as outras atividades são interrompidas.
Os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Maranhão,
que são os maiores produtores, já
tiveram na cultura uma das principais fontes da pauta de exportação. Mas a
produção tem caído.
Nos últimos anos, uma série de problemas afeta a cultura da
carnaúba, ameaçada pela propagação de uma planta invasora, uma trepadeira que
mata a palmeira. Notei a urgência desta preocupação ao participar de audiência
pública na Câmara Municipal de Sobral, na semana passada, sobre o tema
Preservação e Fomento da Carnaúba.
O estabelecimento de uma agenda comum para trabalhar na
cadeia produtiva da carnaúba exige a união de esforços do poder público,
federal, estadual e municipal. A pauta deve ter enfoque sistêmico, de modo a
abranger o plantio, manejo, tecnologia da extração, indústria, pesquisa,
financiamento e comercialização de derivados.
Com este objetivo, quero propor a criação da Frente
Parlamentar da Cadeia Produtiva da Carnaúba. Peço apoio aos colegas deputados.
A palmeira é nativa na região. A sua exploração para
extração do pó é ambientalmente equilibrada. Os subprodutos são aproveitados
para adubo, ração, o rico artesanato da palha e até medicamento, objeto de
pesquisa na Universidade Estadual do Ceará.
O pó de carnaúba é ingrediente de produtos das indústrias
cosmética, alimentícia, componentes automotivos, tintas, impermeabilizantes e
outros itens.
A ciência consegue sintetizar muitas moléculas, mas até
agora não tem substituto para os produtos derivados da carnaúba, que vêm da
química fina da natureza.
Deputado Federal Leônidas Cristino - PDT/CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário