quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Pediatras do Hias e do HRN apontam sinais de alerta para levar crianças à emergência

No período de chuvas, é comum observarmos um aumento significativo na permanência das pessoas em ambientes fechados. Associado à variação de temperatura e à umidade, isso contribui para o aumento da incidência de doenças respiratórias e infecções intestinais, sobretudo em crianças. Por isso, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), em Fortaleza, e do Hospital Região Norte (HRN), em Sobral, alerta para a importância da prevenção e destaca a necessidade de atenção especial à saúde das crianças durante esse período. O HRN é administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). 

Os vírus respiratórios, muitas vezes transmitidos pelo contato próximo entre as pessoas, encontram condições propícias para se proliferar em ambientes com maior umidade. Isso pode comprometer a eficácia do sistema imunológico, tornando as crianças mais suscetíveis a infecções respiratórias. Além disso, a presença de ácaros e mofo, comuns em locais úmidos, pode desencadear ou agravar condições como a asma e a rinite, afetando a qualidade de vida das crianças e aumentando a demanda por atendimento médico. 

A coordenadora do Centro de Emergência do Hias, Érica Coutinho, ressalta a importância de medidas preventivas e esclarece o momento ideal para procurar atendimento médico. “Em casos mais leves, como resfriados, grande parte do tratamento é sintomático. No entanto, se a criança desenvolver febre persistente por mais de dois ou três dias, mostrar-se extremamente debilitada, recusar alimentação ou apresentar esforço significativo para respirar, é crucial buscar o Pronto Atendimento. Inicialmente, essa avaliação pode ocorrer em uma unidade básica de saúde”, explica. 

A pediatra também orienta sobre medidas preventivas que os responsáveis podem adotar. “Manter uma alimentação e hidratação adequadas, evitar ambientes muito aglomerados e contato com pessoas doentes são fundamentais, além de garantir que as vacinas estejam em dia. Dentro de casa, a ênfase deve ser nas práticas de higiene, como a lavagem frequente das mãos, especialmente durante a preparação de alimentos, e o uso de álcool em gel quando água e sabão não estão disponíveis”, destaca Érica Coutinho. 

No caso de crianças já apresentando sintomas de resfriado ou infecções piratória mais leve, os pais podem intensificar a lavagem nasal para reduzir secreções e evitar complicações. Além disso, devem administrar antitérmicos e medicamentos para vômito conforme orientação do médico que acompanha a criança. 

Para a pediatra, é fundamental destacar a importância de não subestimar infecções respiratórias. “Em situações como essa, cada caso adicional sobrecarrega o sistema de saúde como um todo. Neste período delicado, é crucial que cada indivíduo faça a sua parte, evitando espaços coletivos se estiver doente, para proteger tanto as crianças quanto o sistema de saúde como um todo”, disse.

HRN 

Referência única para casos de urgência e emergência pediátrica na Região Norte, o perfil de atendimento da emergência pediátrica do Hospital Regional Norte (HRN) é de crianças com quadros graves. “Somos a única Emergência Pediátrica aberta em toda a macrorregião Norte”, ressalta a coordenadora médica da emergência pediátrica do HRN, Inara Araujo Leandro Gonzalez. Ela explica que crianças e adolescentes com idade até 13 anos, 11 meses e 29 dias são atendidos e estabilizadas no serviço e, dependendo do caso, encaminhadas para a Clínica, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica ou o Centro Cirúrgico do HRN — ou para outro serviço de saúde. 

Além da Emergência Pediátrica, o equipamento também conta com 40 leitos de Enfermaria e dez de UTI para este perfil. Na área Neonatal, são 39 leitos de Enfermaria e dez de UTIs. Dentre as principais causas de atendimento, estão as pneumonias, dores abdominais, as questões respiratórias e as doenças sazonais, as conhecidas viroses. A equipe multiprofissional conta com médicos, enfermeiros, técnicos em Enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais. 

A médica pediatra do HRN Ana Paula Oliveira ressalta que a febre preocupa muito os pais, mas não é o principal sinal de alerta, e sim uma defesa do organismo contra algum agente infeccioso. A febre, com temperatura a partir dos 37,5 ºC, deve ser observada. “Esse sintoma, na maioria das crianças, até os cinco anos, é de causa viral“, explica. 

Uma das primeiras medidas para esses casos é a hidratação. Se após 30 minutos, a febre persistir, pode-se dar um antitérmico e observar. “O importante é observar se há outros indícios preocupantes. A criança com febre fica mais caída, mas quando passa, normalmente ela volta a brincar, a comer, fica mais esperta”, afirma Oliveira. 

Se mesmo quando a febre passa, a criança continua indisposta, com irritabilidade excessiva, recusa alimentar, vômitos incoercíveis, dor no pescoço ou muita tosse e cansaço, deve ir ao pronto atendimento, pois precisa de avaliação médica. Além disso, segundo Oliveira, pacientes com menos de três meses com febre também devem ser avaliados por um médico. “Se a febre não melhora com antitérmicos ou há outros sinais de alarme, é necessário buscar atendimento”, pontua.

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