Para evitar lesões
neurológicas em pacientes, o Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, unidade
da Secretaria da Saúde (Sesa), administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão
Hospitalar (ISGH), utilizou, pela primeira vez, durante uma neurocirurgia, uma
técnica que permite a avaliação contínua da função neurológica do paciente.
A Monitorização Neurofisiológica Intraoperatória
(MNIO) fornece informações anatômicas e funcionais em tempo real,
no decorrer do procedimento cirúrgico.
“A monitorização
intraoperatória ajuda a minimizar os danos aos tecidos neurais e prevenir
lesões neurológicas. Essa técnica é conduzida pelo neurofisiologista clínico em
parceria com o neurocirurgião durante o ato operatório”, explica o
neurocirurgião do HRN, Paulo Roberto Lacerda Leal.
As principais
indicações para o uso dessa técnica são as cirurgias dos tumores cerebrais,
cirurgias na base do crânio, alguns procedimentos cirúrgicos da coluna cerebral
e na cirurgia de epilepsia.
A primeira paciente
a se beneficiar com a MNIO foi a técnica em radiologia Carmen Maria Rodrigues
Camelo, 40. Diante de uma crise convulsiva e dores de cabeça, ela foi admitida
na Unidade de AVC agudo do HRN, com uma suspeita inicial de isquemia cerebral.
A investigação radiológica permitiu o diagnóstico de um tumor cerebral de baixo
grau em uma região cerebral chamada de córtex motor primário, responsável pelo
planejamento, controle e execução de atividades motoras voluntárias.
“Devido à
proximidade do tumor com o córtex motor primário, tornou-se imprescindível o
auxílio da monitorização neurofisiológica durante a cirurgia. O uso desta
técnica no intra-operatório nos permitiu fazer uma ressecção máxima poupando as
regiões responsáveis pela motricidade. Com isso, a paciente concluiu o
procedimento sem nenhuma sequela neurológica”, explica o neurocirurgião.
A paciente
ressaltou a importância da técnica nos resultados pós-operatórios. “Minha
recuperação foi muito rápida e eu fiquei assintomática, sem nenhum prejuízo na
minha motricidade”, diz.