Ao fazer um
diagnóstico do atual cenário político e econômico do País, o líder do PMDB,
senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) destacou, em plenário, nesta quinta-feira
(09), a falta de compromissos que têm marcado os primeiros 100 dias do governo
de Camilo Santana, no Ceará.
Em tom de cobrança e recordando as promessas de
campanha, o líder peemedebista denunciou que serviços essenciais para a
população, como a saúde pública, estão sendo destroçados. Falta de medicamentos
e equipamentos em hospitais, grandes filas para procedimentos cirúrgicos de
emergência e paralisação de obras foram alguns dos inúmeros problemas
destacados por Eunício.
“Duas das principais obras do Estado, o Anel
Viário e o Centro de Formação Olímpica, estão paralisadas por falta de
pagamento à empresa responsável. Outras importantes obras, como a construção
leste do metrô de Fortaleza, o primeiro trecho do Cinturão das Águas e as obras
do VLT, que deveriam ter sido finalizadas em julho do ano passado, também se
encontram totalmente paralisadas”, acrescentou.
O peemedebista também fez referência ao impacto
que essas paralisações provocaram no mercado de trabalho no estado. De acordo
com ele, 10 mil trabalhadores foram demitidos dessas empresas que tiveram de
paralisar as obras.
Sobre o momento de instabilidade política e
falta de credibilidade do mercado na economia brasileira, Eunício afirmou que é
preciso enfrentar esse processo como em outros momentos. Segundo ele, esse não
é o primeiro momento de estresse político por qual o Brasil se vê a enfrentar e
que os desafios que hoje se apresentam podem ser superados através de
ferramentas constitucionais.
Ele colocou como mecanismo fundamental para
reverter esse quadro o diálogo entre legislativo e executivo, ressaltando a
escolha acertada da presidente Dilma Rousseff em colocar como articulador
político do governo, o vice-presidente, Michel Temer. Como primeiro avanço no
sentido de transmitir uma mensagem positiva para o setor produtivo foi a
aprovação, na última terça-feira (07), do projeto que convalida os incentivos
fiscais já concedidos por alguns estados.
Entretanto, Eunício defende que a discussão
sobre a questão federativa não se concentre apenas nesse tema, mas possa ser
ampliada para que seja efetivamente colocada em prática uma política de combate
às desigualdades entre as regiões.