O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), afirmou ao O POVO
que “votará em Lula” para a Presidência da República em 2018. “Se não
houver um entendimento nacional, se não houver uma aliança local que me
obrigue diferente, eu sou eleitor do Lula”, disse ontem à noite após
abertura do Seminário Empreender, no Centro de Negócios do Sebrae.
Como
o peemedebista avalia que a sua legenda não vai lançar candidato
próprio à Presidência, Eunício defende a liberação de alianças nos
estados. “O PMDB é um partido livre”, diz. “Se tiver liberado, se (o
voto) for livre, obviamente votarei no presidente Lula”, repetiu o
senador.
A declaração fortalece tese de que Eunício estaria se aproximando do
governador Camilo Santana (PT) com a intenção de disputar uma das vagas
ao Senado dentro da possível aliança com o petista. A outra já estaria
fechada com o ex-aliado Cid Gomes (PDT).
Se a hipótese se
confirmar, as eleições do próximo ano reviverão 2010, quando Lula pediu
votos para Cid ao Governo do Estado e para Eunício no Senado.
Camilo,
que já declarou voto em Ciro para 2018, tem negado que as conversas com
o senador sejam motivadas eleitoralmente. De acordo com ele, os
frequentes encontros com Eunício têm acontecido para destravar recursos
para o Estado.
Nem Cid nem Eunício, no entanto, afastam a
possibilidade de aliança. O próprio presidente estadual do PT, De Assis
Diniz, já chegou a afirmar em outras oportunidades que, se o
peemedebista se submeter ao programa da sigla, isso poderia ser
discutido.
Para o petista, a fala do senador “reflete o bom senso
de qualquer político” do Estado. “O Lula detém no Ceará, segundo
pesquisas internas, 72% das intenções de voto. Qualquer político de bom
senso vai olhar esse patrimônio do Lula”, analisa. O dirigente defende
também que “quem quer ser eleito não pode estar negando receber apoio
para a sua eleição”, referindo-se a Lula.
Se a declaração vai
levar de fato a uma aliança com o governador, porém, ele pondera que não
pode dizer. “Mas se ele (Eunício) assumir compromisso, por que não?”,
questiona. Na tarde de hoje, em São Paulo, De Assis vai se reunir com
Lula, quando deve tocar no assunto.
Oposição
Ainda
sem nome certo para lançar ao Governo, a oposição no Estado apostava em
Eunício até o meio deste ano. Quando as tratativas com Camilo ficaram
mais fortes, o senador Tasso Jereissati (PSDB) admitiu possibilidade de
candidatura. A ideia do tucano, porém, era estar ao lado do PMDB,
possibilidade que se distancia agora com declaração do peemedebista.
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