domingo, 21 de dezembro de 2014

O PRÍNCIPE FOI DEPOSTO – O EFEITO DOMINÓ NA MÍDIA TRADICIONAL

 (Heródoto Barbeiro)Cai o rei de ouro, cai o rei de espadas. As mídias tradicionais estão sofrendo o efeito dominó. Primeiro foram os jornais que constataram a fuga dos grandes anunciantes e a queda do faturamento. Há uma hemorragia de assinantes ainda não estancada. A próxima pedra a cair é a tevê tradicional, o príncipe eletrônico do século 20, como dizia o grande mestre Octavio Lanni. Ela esta apoiada em grandes equipes de produção, jornalistas em todas as atividades ainda que rareiem os recursos para bancar essa custosa atividade, para falar apenas dos programas informativos. 

Essa estratégia resistiu durante décadas, mas se esgotou. Algumas emissoras tradicionais ainda seguram o faturamento com grandes eventos como campeonato de futebol, espetáculos musicais para grande público, corridas automobilísticas e acontecimentos esportivos como a Olimpíada. Graças à nova tecnologia digital, as plataformas na internet, nascem o jornalismo cidadão. Ele é uma das consequências das mudanças velozes que ocorreram no ecossistema jornalístico. Ele é um emissor de informações que podem chegar tanto a um blog como a uma empresa tradicional de comunicação.  

A qualidade do vídeo das emissoras em HD deixou de ser um atrativo como no passado. O conteúdo, a narrativa, a relevância do tema, se sobrepõem aos efeitos especiais, edição rocambolesca, som quadrifônico e outras maravilhas do século passado. Há muitas experiências em curso, por exemplo, os vídeos de sistema de segurança de lojas e postos de gasolina que mostram assaltos. As câmeras das rodovias competem com a gravação de acidentes ou de ação policial. A pequena câmera digital acoplada ao smartphone veio para ficar e ter uma participação cada vez maior. Mais ágil. É por excelência o novo captador de fatos sociais que interessam ao público.


O cidadão portador de um emissor tipo smartphone transmite informações e, quando aprende o que é noticia, vira jornalista. Mesmo sem entrar em faculdade ou ter uma carteirinha carimbada, selada e registrada no vetusto livro da DRT. Ele faz jornalismo, se entender os limites éticos do que divulgam, o interesse público e a perseguição da isenção. A resistência para utilizar essas reportagens cidadãs se enfraquece mesmo nas tevês tradicionais, acostumadas ao que chamam de padrão de qualidade estético.  Já há reportagens, nas tevês tradicionais, cuja narrativa é coberta com imagens dessa nova mídia, como nas manifestações que ocorreram em São Paulo e Rio de Janeiro. Ou a depredação do estádio Itaquerão pelos vândalos. E vem muito mais por aí. 

Obviamente, a qualidade da imagem é inferior, mas que empresa de comunicação hoje poderia manter tantos repórteres, iluminadores, motoristas  e cinegrafistas espalhados pela cidade ou pelo país? Além disso, acirra-se a competição entre a velha e a nova mídia, o que é bom para a diversidade de versões, logo para a democracia.

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