O Ministério Público do Estado do Ceará deflagrou, na terça-feira
(20), uma Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa com
pedido de afastamento cautelar contra o secretário de Administração e
Finanças, Raimundo Rodrigues de Sousa, acusado de lesão ao erário e
violar os princípios da Administração Pública. Raimundo Rodrigues é o
ordenador de despesas de todas as secretarias do município, além de
ex-prefeito e cônjuge da atual prefeita, Maria Lucivane de Sousa.
O ato de improbidade administrativa ficou comprovado no fato de que
Raimundo Rodrigues de Sousa vem exercendo atividades de gestor por mais
de uma década, sendo reiterada a sua prática de frustrar a licitude dos
procedimentos licitatórios ante a realização de despesas sem licitação.
Ele é caracterizado pelo promotor de Justiça como “um verdadeiro cacique
político no Município de Pacujá”.
Conforme o inquérito civil instaurado, o secretário de Administração e
Finanças do Município de Pacujá e ordenador de despesas de todas as
secretarias do município, teve diversas contas de gestão desaprovadas
pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), com e sem nota de
improbidade, e quase todas pelos mesmos motivos e fundamentos, qual
seja, a realização de despesas sem o devido processo licitatório.
Para o representante do Ministério Público, Raimundo Rodrigues de
Sousa não é nenhum aprendiz na atividade administrativa municipal, visto
que há mais de uma década exerce tais funções, posto que, além dos
diversos cargos de secretário municipal exercidos, ele também já foi
prefeito de Pacujá e é marido da atual prefeita. Ademais, o gestor é réu
em diversas ações naquele município, dentre elas, ações civis por ato
de improbidade administrativa e ações penais pela prática do ilícito
previsto no artigo 89, da Lei nº 8.666/93.
O conteúdo probatório da ação aponta para a prática de atos de
improbidade administrativa gravíssimos cometidos por Raimundo Rodrigues
de Sousa que, reiteradamente, vêm frustrando a licitude de processos
licitatórios ocasionando “um verdadeiro prejuízo ao cofres públicos”.
O fato do réu ser o atual secretário de Administração e Finanças do
município, bem como marido da atual prefeita e ordenador de despesas de
todas as secretarias municipais são obstáculos à instrução processual e à
investigação pelo Ministério Público, posto que o gestor pode manipular
provas, a fim de influir no mérito da ação.
De acordo com o promotor de Justiça, em virtude do cargo que exerce
no Poder Executivo, o secretário tem acesso irrestrito aos documentos
existentes na Prefeitura e dispõem de meios para manipulá-los também
durante a instrução processual. Além disso, na qualidade de superior
hierárquico de possíveis testemunhas, pode fazer com que documentos e
informações potencialmente vitais ao esclarecimento dos fatos tomem
rumos desconhecidos, tornando impossível uma investigação mais acurada.
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