Aumentar em até 12 vezes a potência máxima de transmissão
das rádios comunitárias é o objetivo do PLS 513/2017, um dos projetos de lei
que deverão ser votados no Plenário do Senado nos próximos dias. Do senador
Hélio José (Pros-DF), a proposta estabelece que a potência das rádios
comunitárias poderá ser aumentada de 25 para até 300 watts, com três canais
designados, em vez de um, para a execução de radiodifusão comunitária que
atenda a uma comunidade, bairro ou vila.
Segundo Hélio José, o aumento da potência é necessário
devido à grande diversidade geográfica do Brasil. Ele argumenta que 25 watts
são insuficientes para operação nas áreas de população esparsa, particularmente
na zona rural. A ideia é viabilizar o serviço em regiões nas quais a cobertura
de uma única comunidade, com moradias dispersas, exige alcance maior que o
atualmente estabelecido.
A atual potência atinge até um quilômetro de raio de
cobertura, limitando e restringindo o alcance da rádio, muitas vezes menor do
que sua comunidade/público potencial, como frisou o senador Waldemir Moka
(MDB-MS), relator substituto do projeto na sua passagem pela Comissão de
Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
A mudança vem recebendo apoio de senadores e é defendida
pela Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço). Em discurso no
Plenário, Hélio José rebateu críticas ao projeto, entre elas a comparação das
rádios comunitárias a rádios piratas. Para ele, a comparação é injusta porque
uma rádio ilegal não tem nenhum limite e nem autorização para funcionar.
— Rádio pirata transmite o que quiser, onde quiser, como
quiser e com o interesse que tiver, contanto que não seja alcançada pelo poder
público. As rádios piratas são a antítese perfeita das rádios comunitárias —
disse.
A proposta também foi defendida pelos senadores Flexa
Ribeiro (PSDB-PA) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
– Nós devemos isso às rádios comunitárias – disse Gleisi.
– No interior do interior do meu estado do Pará, quem está
lá levando informação, conhecimento e cultura são as rádios comunitárias –
afirmou Flexa.
O senador acrescentou que o PLS autoriza o aumento da
potência para até 300w, mas quem vai definir a potência que cada uma das rádios
será a Anatel, que também não permitirá sobreposição de sinais.
(Agência Senado)
(Agência Senado)
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