O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) entrou com pedido de cassação
do deputado estadual Sérgio Aguiar (PDT), pré-candidato à presidência da
Assembleia. Em representação na Justiça Eleitoral, o parlamentar é acusado de
ter se beneficiado eleitoralmente de contratações temporárias feitas neste ano
pela prefeitura de Camocim, berço político de Aguiar.
Na ação, a gestão da prefeita Mônica Aguiar (PDT) – esposa
de Sérgio – é acusada de aumentar "vertiginosamente" o número de
contratos temporários neste ano, havendo ainda indícios de que estes servidores
teriam sido constrangidos a colaborar com a campanha do deputado. Em um dos
casos, número de professores temporários cresceu mais de dez vezes em dois
meses.
"Também servem de indícios para a prática de conduta
vedada a curta duração dos contratos celebrados, com início nos meses de
julho/agosto de 2018 e encerramento previsto para dezembro, pouco tempo após ao
encerramento das eleições”, diz a ação, que destaca que as contratações muitas
vezes abasteciam programas com caráter “eleitoreiro”.
Na ação, o procurador eleitoral auxiliar do Ceará, Samuel
Arruda, pede que o parlamentar tenha o diploma de deputado cassado e fique
inelegível até 2026, além de multa em até R$ 393 mil. Caso o julgamento ocorra
antes da diplomação, marcada para ocorrer entre 15 e 19 de dezembro, o MPF pede
que seja cassado o registro de candidatura de Aguiar.
“Interesses políticos”
Em entrevista ao O POVO Online, Sérgio Aguiar afirmou que a
denúncia que baseou a representação tem motivação “política” e foi movida por
membros da oposição da cidade, liderada pelo ex-prefeito Chico Vaulino. Segundo
ele, as contratações registradas neste ano não tinham “viés político” e seguiam
leis aprovadas pela Câmara Municipal de Camocim.
Ele rejeita ainda que as contratações tenham tido impacto na
eleição, destacando que tem recebido votações crescentes em Camocim desde 2006,
quando foi eleito para a Assembleia pela 1ª vez. Na eleição deste ano, Aguiar
foi o 3º deputado estadual mais votado do Ceará, com mais de 100,9 mil votos.
“Não tenho nenhuma preocupação com essa acusação”.
O MPF, no entanto, destaca o impacto da votação de Sérgio
Aguiar em Camocim em sua eleição. Disputando com mais de 600 opções de
deputados estaduais, o parlamentar conseguiu lá mais de 17,2 mil votos, 54% de
todos os votos do município. "É possível constatar que o ilícito resultou
em desequilíbrio entre os concorrentes", afirma a matéria.
Além da cassação de Sérgio Aguiar, o MPF pede ainda
que a prefeita de Camocim seja condenada a pagar multa de R$ 393 mil. A
representação segue denúncia de quatro vereadores de Camocim, Juliano Abreu
Cruz, Júlio Cesar Sotero, Edvanilson Oliveira de Sousa e Ismael Jorge Gomes,
apresentada ao órgão. (colaborou Carlos Holanda).
Com informações, O Povo.
Com informações, O Povo.
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