O advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Curitiba
(PR), Marlus Arns, afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que o
político não cogitou até agora fazer um acordo de colaboração premiada
no âmbito da Operação Lava Jato. Cunha está preso preventivamente na
capital paranaense desde outubro de 2016.
Arns disse, entretanto, que
Cunha conhece o instrumento e que não há cliente hoje na advocacia
criminal que não cogite a hipótese de delação, ferramenta defendida por
ele como legítima. "Se a colaboração premiada for uma saída para o
cliente não ser preso ou cumprir uma pena menor, por que não utilizar?".
O
advogado afirmou que o processo de Cunha em Curitiba "caminha bem" e
que as provas levantadas até o momento são "muito favoráveis" ao
cliente. Sobre um dos fatos que o político é acusado, envolvendo a
indicação de um diretor da Petrobras em troca de vantagens, o advogado
disse que as provas produzidas indicam que a nomeação não partiu dele,
mas do PMDB mineiro. Sobre a participação de Cunha em um truste, o
advogado sustenta que os fatos comprovam a licitude dos valores
depositados a favor do ex-deputado.
Arns também falou que há
outras investigações embrionárias que têm o peemedebista como alvo e que
há menções dele nas delações de executivos e ex-executivos da
Odebrecht. Sobre o fim da Lava Jato, o advogado opinou que os
julgamentos da operação podem acabar daqui a oito ou dez anos no Supremo
Tribunal Federal (STF) e que a tendência é de condenação dos réus,
considerando as características da Justiça Federal e da manutenção das
decisões nas instâncias superiores.
O advogado reconheceu que a
defesa de Cunha e de outros investigados na Lava Jato é um "papel
complicado" e que busca resultados positivos para os clientes, mesmo que
isso não signifique uma absolvição, mas, uma pena menor.
Além de o
Supremo negar os pedidos de liberdade feitos pela defesa de Cunha, o
advogado argumenta que o STF errou ao autorizar a prisão após a
condenação em segunda instância e que muitos acusados continuarão presos
sem serem julgados. "Aqueles que estão presos preventivamente terão, a
meu ver, cada vez mais dificuldade de serem soltos e cada vez mais
dificuldade de não cumprirem a pena presos", afirmou.
Com informações, O Povo.
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