“Foram pagos R$ 3,5 milhões em notas frias e R$ 1 milhão via doação oficial”. Indagado sobre a doação oficial, Wesley confirma que “era propina”. O empresário explica que o crédito era devido a benefícios fiscais acumulados que o Estado havia acertado para a instalação de uma indústria do grupo no Ceará.
Em 2014, Wesley afirma que a situação se repetiu, e o então governador Cid Gomes foi pessoalmente a São Paulo se encontrar com Joesley e Wesley na sede da JBS.
“O governador Cid Gomes esteve lá no meu escritório, comigo e com Joesley, falou conosco, em São Paulo, e pediu uma doação. Nós perguntamos quanto ele esperava de doação, e ele falou que esperava de nós R$ 20 milhões. Eu falei: ‘olha, governador, impossível eu contribuir com R$ 20 milhões enquanto o Estado me deve R$ 110 milhões e não me paga. Como é que eu posso desembolsar R$ 20 milhões sendo que o Estado que você governa não me paga. Ele não falou nada, ele saiu e falou: ‘Tá bom, deixa eu ver o que posso fazer sobre esse assunto'”.
Duas semanas depois, o secretário Arialdo Pinho, juntamente com o assessor especial de Assuntos Internacionais do Ceará, Antonio Balhmann, se encontraram com Wesley para acertar, a mando de Cid, o pagamento de R$ 20 milhões em propina em troca da liberação de quase R$ 100 milhões. “Esses R$ 20 milhões foram pagos: R$9,8 milhões por meio de notas fiscais falsas, frias de diversas empresas que está no anexo, aí, a relação delas. E foram pagos R$ 10,2 milhões por meio de doações oficiais para vários candidatos”.
Segundo Wesley, Arialdo e Balhmann eram os operadores de Cid no esquema. Eles enviavam as notas frias para o dos diretor Ricardo Saud e os pagamentos eram feitos.
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