Uma conversa entre o senador
Eunício Oliveira (MDB) e o ex-governador Cid Gomes (PDT), rompidos desde 2014,
pode ter inaugurado, no cenário político estadual, um novo passo rumo à
consolidação de aliança entre o líder emedebista e o governador Camilo Santana
(PT), apoiado pelo pedetista.
Ainda que a aproximação pública
dos dois não tenha superado, até o momento, todas as ressalvas e o ceticismo de
aliados das duas partes, o presidente do Congresso Nacional destaca
movimentações que, segundo ele, apontam que a parceria “administrativa” com o
chefe do Executivo pode converter-se em uma aliança “política” para as eleições
deste ano.
Em entrevista exclusiva ao Diário
do Nordeste, Eunício revelou que há “conversas avançadas em relação a isso”, e
citou não apenas encontro recente com o ex-governador Cid Gomes, mas também uma
pesquisa interna que, conforme apresentou, aponta que quase 80% da população
cearense aprovam a “aproximação administrativa” entre as duas lideranças.
O emedebista disse ter tido um
encontro demorado com Cid Gomes há pouco mais de duas semanas. Embora não tenha
detalhado o que foi discutido na ocasião, ele classificou a conversa como
“afável, amena e voltada para os interesses do Estado”. “Não foi para
candidatura de A ou de B, de quem vai ser o deputado ou a deputada, quem vai
somar aqui, qual a aliança proporcional que vai ter. Ninguém discutiu isso. A
eleição está longe ainda para se discutir as alianças do ponto de vista
prático. O que existem hoje são conversas avançadas em relação a isso”,
declarou o senador.
Derrotado no segundo turno do
pleito de 2014 para governador por Camilo Santana, Eunício Oliveira ressaltou,
ainda, que aquela foi uma “eleição radicalizada no voto”, mas enfatizou não ter
tido “nenhum atrito” com o petista ou mesmo com Cid Gomes, que o antecedeu no
Governo do Estado.
Sobre as declarações públicas de
rejeição do ex-governador e pré-candidato do PDT à Presidência da República,
Ciro Gomes, a uma eventual aliança entre Eunício e Camilo no Ceará, e que em
entrevistas chama o MDB de quadrilha, o presidente do Senado afirmou que pertence
a uma corrente do MDB “que não é esse grupo ao que o ex-ministro Ciro Gomes se
refere” em críticas que tem feito recorrentemente à sigla. Em entrevista ao
Diário do Nordeste publicada no dia 14 de abril, ao ser questionado sobre como
se comportará na campanha estadual deste ano, caso Camilo e Eunício estejam no
mesmo palanque, Ciro respondeu que o governador “é quem manda”, mas deixou
clara a rejeição à aliança. “Muito improvavelmente, serei fotografado ao lado
dessa chapa”, reagiu.
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