quinta-feira, 23 de maio de 2019

Leônidas Cristino presta homenagem ao Dia do Ferroviário


Senhor Presidente,

Nesta data em que esta Casa realiza Sessão Solene em Homenagem ao Dia do Ferroviário, cabe uma reflexão sobre a importância do transporte ferroviário no nosso País. O Brasil paga um preço alto por ter privatizado o sistema ferroviário no governo FHC, em 1997, quando se deu o desmonte desse modal de transporte estratégico num País de dimensões continentais como o nosso.
O Dia do Ferroviário é comemorado a 30 de abril, data em que se deu a inauguração da Estrada de Ferro Petrópolis ou Estrada de Ferro Mauá, no ano de 1854.
A malha da Rede Ferroviária Federal tinha 33.309 km quando foi esfacelada há 22 anos, em prejuízo dos interesses nacionais. Hoje o Brasil conta com 29.074 km de rede ferroviária, segundo o Anuário 2018 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
A malha foi dividida por concessionárias independentes com baixa interoperabilidade. Trechos de menor demanda foram sucateados, o transporte de passageiros foi descartado.
Mais de duas décadas se passaram desde a privatização e caminhamos para trás, pois houve redução de 4.235 km da malha ferroviária no período. Voltando na história, para visualizar a dimensão do atraso, o Brasil tinha 31.967 km de ferrovias no período da República que compreende os anos 1890 a 1930 até a entrada na Era Vargas.
A história da minha cidade está ligada à estrada de ferro de Sobral, concluída em 1881 com 131 km, por onde era transportado o charque, couro e produtos agrícolas para o Porto de Camocim, em um período áureo da economia na região Norte do Ceará. Pelo trem, Sobral recebia produtos manufaturados. A estrada de ferro de Sobral foi desativada em 1977. Nada foi posto no lugar.
O País precisa retomar a expansão da infraestrutura de ferrovias, precisa atrair investimentos e ampliar a rede, mas dentro de uma política nacional de fortalecimento do transporte ferroviário em integração com outros modais.
A hora é de cobrar a realização de compromissos. Nessa perspectiva, é urgente a conclusão da Transnordestina; uma ferrovia com 1.753 km de extensão em linha principal, que parte de Eliseu Martins, no Piauí, e interliga os portos do Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, passando por 81 municípios; uma obra estratégica que carrega o sonho de integração nacional.

Parabéns a todos os ferroviários.

Leônidas Cristino

Deputado Federal (PDT - CE)

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