Senhor Presidente,
Nesta data em que esta Casa
realiza Sessão Solene em Homenagem ao Dia do Ferroviário, cabe uma reflexão
sobre a importância do transporte ferroviário no nosso País. O Brasil paga um preço
alto por ter privatizado o sistema ferroviário no governo FHC, em 1997, quando
se deu o desmonte desse modal de transporte estratégico num País de dimensões
continentais como o nosso.
O Dia do Ferroviário é
comemorado a 30 de abril, data em que se deu a inauguração da Estrada de Ferro
Petrópolis ou Estrada de Ferro Mauá, no ano de 1854.
A malha da Rede Ferroviária
Federal tinha 33.309 km quando foi esfacelada há 22 anos, em prejuízo dos
interesses nacionais. Hoje o Brasil conta com 29.074 km de rede ferroviária,
segundo o Anuário 2018 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
A malha foi dividida por
concessionárias independentes com baixa interoperabilidade. Trechos de menor
demanda foram sucateados, o transporte de passageiros foi descartado.
Mais de duas décadas se
passaram desde a privatização e caminhamos para trás, pois houve redução de
4.235 km da malha ferroviária no período. Voltando na história, para visualizar
a dimensão do atraso, o Brasil tinha 31.967 km de ferrovias no período da
República que compreende os anos 1890 a 1930 até a entrada na Era Vargas.
A história da minha cidade
está ligada à estrada de ferro de Sobral, concluída em 1881 com 131 km, por
onde era transportado o charque, couro e produtos agrícolas para o Porto de
Camocim, em um período áureo da economia na região Norte do Ceará. Pelo trem,
Sobral recebia produtos manufaturados. A estrada de ferro de Sobral foi
desativada em 1977. Nada foi posto no lugar.
O País precisa retomar a
expansão da infraestrutura de ferrovias, precisa atrair investimentos e ampliar
a rede, mas dentro de uma política nacional de fortalecimento do transporte
ferroviário em integração com outros modais.
A hora é de cobrar a
realização de compromissos. Nessa perspectiva, é urgente a conclusão da
Transnordestina; uma ferrovia com 1.753 km de extensão em linha principal, que
parte de Eliseu Martins, no Piauí, e interliga os portos do Pecém, no Ceará, e
Suape, em Pernambuco, passando por 81 municípios; uma obra estratégica que
carrega o sonho de integração nacional.
Parabéns a todos os
ferroviários.
Leônidas Cristino
Deputado Federal (PDT - CE)
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