PROTESTO: Demissões na Jangadeiro repudiadas

O Sindicatos dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar a recente onda de demissões ocorridas na TV Jangadeiro, em pleno início da Campanha Salarial 2013 de Rádio e TV. Trata-se da segunda leva, em pouco mais de um ano, num claro indicativo de má gestão na emissora. Pelo menos nove trabalhadores foram dispensados este mês, incluindo jornalistas, estagiários, repórteres cinematográficos, auxiliares e pessoal de estúdio.

Ao mesmo tempo, o Sindjorce presta irrestrita solidariedade aos jornalistas e demais trabalhadores dispensados sem justa causa. Alguns dos quais foram, inclusive, vítimas de assédios morais e constrangimentos, segundo denúncia feita pelos colegas da base ao sindicato laboral.

Desde março de 2012, e após 12 anos de parceria com o SBT, a emissora dos Machado-Jereissati passou a ser filiada à paulistana Band. Em janeiro daquele ano, a troca de bandeira foi o motivo alegado pela chefia de reportagem para a demissão imotivada de três profissionais sindicalizados. Na ocasião, outros dois jornalistas pediram desligamento, alegando insatisfação com a condução do telejornalismo.

Ao anunciar a mudança de bandeira, o diretor executivo do Sistema Jangadeiro de Comunicação, Cyro Thomaz, afirmou, à época, que duas áreas de destaque da programação da Band, os núcleos de Esporte e Jornalismo, seriam trabalhadas como carro-chefe da programação local. Em vez disso, quase um ano depois, a emissora extinguiu a segunda edição do Jornal Jangadeiro, além de antecipar a demissão de um dos principais nomes da TV na apresentação de seu programa esportivo.

Ironicamente, na segunda semana de fevereiro, a direção da Jangadeiro comemorou o incremento no número de telespectadores. Citando, internamente, números do Ibope, a chefia informou que o Jornal Jangadeiro, por exemplo,  havia atingido 11 pontos de audiência, além de destacar os picos que tanto o Barra Pesada quanto o Jangadeiro Esporte Clube alcançaram.

As demissões não resolvem problemas administrativos e financeiros dos veículos de comunicação, provocados em sua maioria por má gestão das empresas, cujos sócios resolvem agraciar com cargos de comando pessoas despreparadas. Além do propósito de enxugar custos, as atuais dispensas, segundo informações da base, sinalizam a continuidade de um processo de afastamento dos profissionais ligados à antiga gestão. O revanchismo, certamente, não vai trazer de volta os índices de audiência à emissora.