Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa vai
ter que indenizar o jornalista Felipe Recondo em R$ 20 mil. A decisão,
divulgada pela imprensa nesta quinta-feira, 6, partiu da 4ª Câmara Cível
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que
considerou como ofensivo o fato de o juiz ter chamado, em março de 2013,
o repórter de “palhaço”, além de tê-lo mandado ir “chafurdar no lixo”.
Recondo foi representado pelos advogados Danyelle Galvão, Leonardo
Furtado e Renato Faria, destaca reportagem da Agência Estado. No TJDFT, o
caso foi decidido em favor do jornalista por 3 votos a 2. Consideraram
que o ex-presidente do STF deve pagar indenização os desembargadores
Fernando Habibe, Rômulo de Araújo Mendes e Sérgio Rocha. Barbosa, que
ainda não se pronunciou oficialmente a respeito da condenação, pode
recorrer.
Então repórter do Estadão em Brasília, Recondo, que hoje integra a
equipe de sócios-fundadores do site especializado Jota, foi ofendido
quando tentou entrevistar o então presidente da suprema corte do país e
do Conselho Nacional de Justiça. O jornalista, contudo, sequer conseguiu
formular o que seria a sua primeira pergunta. “Presidente, como o
senhor está vendo...”, disse o entrevistador, conforme áudio divulgado à
época pela Rádio Estadão. Aos gritos, Barbosa xingou o profissional.
Com a repercussão negativa das ofensas, a equipe de comunicação do
STF entrou no circuito e divulgo nota oficial com pedidos de desculpas e
alegando que Barbosa respondeu de forma “ríspida” devido ao “cansaço e
fortes dores”. Apesar da tentativa do órgão em tentar resolver a
situação, o então presidente do STF voltou a ofender Recondo meses
depois. Em julho de 2013, em entrevista ao jornal O Globo, ele se
referiu ao repórter como um “personagem menor”.
O embate entre Barbosa e Recondo não parou em julho. Três meses
depois da entrevista publicada por O Globo, o juiz pediu para que
Ricardo Lewandowski considerasse a exoneração de Adriana Leineker Costa
de seu gabinete. Servidora pública lotada no Supremo desde 2000, Adriana
é mulher do jornalista xingado pelo hoje ex-ministro. “Reputo antiética
sua permanência em cargo de comissão junto a gabinete de um dos
ministros da Casa, além de constituir situação apta a gerar
desequilíbrio na relação entre jornalistas encarregados de cobrir nossa
rotina de trabalho”, chegou a pontuar Barbosa.
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