O prefeito do município de Tarrafas, a 458 km de
Fortaleza, e
seu vice tiveram os mandatos cassados em decisão da
juíza Carliete Roque Gonçalves Palacio, da 18ª Zona Eleitoral de Assaré. Tertuliano Cândido Martins
de Araújo (PP), conhecido como Taiano, e Cícero Palácio Rodrigues (PP), chamado
de Cícero Bobim, eram acusados de comprar votos durante
as eleições municipais em 2016. A decisão, publicada nesta quarta-feira, 25, impõe a realização de novo
pleito na cidade. Ex-chefe do executivo municipal se diz inocente
e atribui denúncia à “disse-me-disse”.
Conforme o despacho, o grupo de oposição a
Tertuliano ingressou as denúncias afirmando que a chapa não mediu esforços para comprar votos
em troca de empregos, materiais de construção, exames médicos,
telhas, tijolos e motocicletas distribuídos aos eleitores. Até a escavação de um
açude está entre as denúncias. A acusação também forneceu uma agenda
de uma correligionária da dupla com anotações sobre o aliciamento de
eleitores.
Já a defesa alegou que os indícios apresentados eram imprestáveis e
frutos da falsificação de documento particular. Quanto à agenda,
os advogados afirmaram ter sido obtida através de furto e, em seguida, adulterada
pela acusação.
A juíza sustenta que as anotações foram submetidas à perícia da Polícia Federal.
A conclusão aponta para semelhança entre a grafia de todas as informações na
agenda. Para ela, esse quadro de convergências sustenta, “com um grau de
certeza acima de qualquer dúvida razoável”, a veracidade do material. Ela
aponta ainda que o furto da agenda só foi denunciado pelos réus dois meses após o
evento supostamente ter ocorrido.
As evidência, somadas ao testemunho de eleitores,
levaram a juíza a determinar a cassação da dupla e impor sanção de inelegibilidade
por oito anos, além de pagamento de multa no valor de R$ 10
mil.
Inocente
Em entrevista ao O POVO Online nesta quarta-feira,
25, Tertuliano disse
que irá
recorrer da decisão junto ao Tribunal Regional Eleitoral do
Ceará (TRE-CE). “Vamos recorrer porque a decisão não tem prova robusta que leve
à cassação do mandato. Vamos aguardar o TRE”, disse.
O ex-prefeito garantiu ser inocente das
acusações. “Isso é questão de disputa política. Nosso grupo político conseguiu
cassar o mandato da prefeita da oposição em 2012, agora pediram o nosso. É questão de politicagem,
disse-me-disse, coisa de cidade pequena”, apontou.
Igor Cavalcante (colaborou Amaury Alencar)
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