Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado |
O senador Cid Gomes (PDT-CE) defendeu a inclusão de estados e municípios
na Reforma da Previdência. Na avaliação do senador, o Senado deveria
incluir estados e municípios no projeto original da Reforma, assim como
corrigir outras distorções que possam prejudicar os trabalhadores. A
fala foi feita durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça do
Senado que realizou, na manhã desta terça-feira (20/08), debate sobre a
Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, que altera o regime
previdenciário brasileiro.
Para ele, a tramitação não precisa ser apressada, especialmente porque a
proposta afetará o futuro de milhões de brasileiros. “Estamos falando
de uma emenda que vai trazer repercussões na economia nos próximos 10
anos, então o que custa esta Casa incluir estados e municípios logo no
projeto original, depois volta para a Câmara e que lá passe mais 30
dias. Isso não vai trazer nenhum prejuízo ao País”, assegurou.
Até mesmo, completou Cid Gomes, porque a Reforma da Previdência não será
“a salvação da lavoura”, como o Governo vem defendendo, e precisa vir
acompanhada de outras medidas que possam fazer o Brasil de fato crescer.
“O Brasil não terá mudança de rumo e retomada de crescimento se as
medidas forem em uma só direção, que é o prejuízo aos trabalhadores e à
classe média, que é o que aponta essa reforma. Temos que ter disposição
de analisar uma reforma na previdência, desde que acompanhada de outras
questões, especialmente o estímulo ao emprego e ao consumo”, defendeu.
O senador lembrou que é preciso, por exemplo, tratar sobre o lucro
exorbitante dos bancos. Enquanto determinados setores do País estão em
crise, como a indústria, o comércio e os serviços, gerando milhões de
desempregados, os lucros dos bancos saltaram de R$ 5,4, no segundo
trimestre de 2005, para R$ 20,4 bilhões no segundo trimestre de 2019.
“Quem olha um dado desses não diz que esse País está em crise. Em crise
está a indústria, o comércio, os serviços, sofrendo estão os
trabalhadores, sofrerão agora os servidores públicos, mas os bancos
estão nadando de braçada, com tudo ajudando para que eles consigam
quadruplicar o seu lucro ao longo desse período”, criticou. (Blog Roberto Moreira).
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