Depois de ver sua bancada na Câmara diminuir de 65 para 51
parlamentares no ano passado, na esteira do discurso da "antipolítica", o
MDB vai promover em seu congresso, marcado para 6 de outubro, uma
"repaginação" da sigla para evitar um novo encolhimento nas disputas
municipais do ano que vem. A composição das novas executivas emedebistas
em todos os níveis terá, obrigatoriamente, 30% de mulheres, e o novo
comando nacional da sigla será integrado majoritariamente por jovens.
Pelo
acordo costurado nos bastidores pelo ex-senador Romero Jucá (RR), que
substituiu o ex-presidente Michel Temer no comando do MDB, o deputado
Baleia Rossi (SP), líder do partido na Câmara, será seu sucessor.
A
senadora Simone Tebet (MS), que chegou a se lançar na disputa pela
presidência do Senado, mas foi derrotada por Renan Calheiros (AL) na
indicação do partido, também vai integrar a executiva. O MDB encomendou
pesquisas qualitativa e quantitativas para saber como é avaliado pelo
eleitorado.
Com base nesses dados, o partido vai elaborar uma
estratégia de comunicação e selecionar quais "bandeiras" vai levantar.
"Vamos repaginar bandeiras históricas do MDB como liberdade de imprensa e
democracia", disse Jucá, que classifica a sigla como de "centro
radical".
O objetivo do partido é criar uma narrativa de
defesa da sigla e uma estratégia comum de comunicação que una os 1.035
prefeitos, os 730 vice-prefeitos e os 7.500 vereadores da legenda.
O
MDB vai aprovar ainda em seu congresso um novo estatuto que já está
pronto e prevê a "novidade" de expulsão automática de quem for condenado
em segunda instância, além de afastamento imediato em caso de prisão.
No PSDB, que aprovou um código de ética em maio, só é expulso quem for
condenado em última instância, o que manteve o deputado Aécio Neves (MG)
- alvo de um pedido de expulsão - na legenda.
Pelo estatuto
emedebista, no entanto, a punição só vai valer para novas condenações.
Jucá, por exemplo, é réu na Lava Jato e investigado em outros inquéritos
no Supremo Tribunal Federal. Ele nega irregularidades
O MDB
também inaugurou uma plataforma que premia os filiados que acumularem
mais "milhagens" por interação com o partido nas redes sociais. Esses
filiados receberão materiais de campanha e direito a cursos online. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado).
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