O mercado mundial de energia de fonte fotovoltaica, a
energia captada do sol, cresceu 25% entre os anos 2017 e 2018, em comparação
com todos os anos desde o início do uso desta tecnologia. No período, foram
implantados 100 gigawatts, o equivalente a 60% da matriz energética brasileira.
Para 2019 a previsão é de que sejam implantados no mundo 130 gigawatts.
A China lidera esse mercado
com 176,1 gigawatts, e também a expansão mais recente dessa fonte de energia
limpa e renovável. A escalada da busca por essa geração tem uma razão
econômica, uma vez que a evolução da tecnologia foi acompanhada pela redução
dos custos em mais de 85% desde 2010.
No ano passado, o Brasil
instalou 1,2 gigawatts de fonte solar, totalizando 2,4 gigawatts de capacidade
instalada acumulada. Já superamos a marca de 100 mil residências que utilizam
módulos fotovoltaicos. O setor gerou no País 72 mil empregos de 2012 a 2018. A
previsão é que sejam criados mais 27 mil empregos no setor.
Analistas desse mercado
consideram que o Brasil está 15 anos atrasado em relação ao bloco de países
mais avançados no uso dessa tecnologia. O Ceará lidera o mercado de energia
solar no Nordeste e ocupa o quarto lugar no ranking nacional. O Estado está
entre os cinco que possuem grandes usinas geradoras de energia fotovoltaica. Na
energia eólica, o Ceará compete com o Rio Grande do Norte pela liderança
nacional.
O Ceará deu os primeiros
passos nessa tecnologia em 1992 quando fui secretário de Infraestrutura no
governo Ciro Gomes e lançamos um projeto para conhecer o potencial das energias
renováveis, eólica e solar. O Ceará foi o primeiro estado brasileiro a fazer
medição científica de potencialidade dos ventos para a geração de energia.
De modo pioneiro pelo porte,
foram instalados quatro aerogeradores de 300 kW no Porto do Mucuripe – ainda
hoje funcionam – e pequenos sistemas de energia solar em 14 comunidades do
interior do Ceará distantes da rede de energia elétrica.
O Brasil precisa crescer
nessa tecnologia limpa, que gera empregos de qualidade – 25 a 30 empregos são
criados por cada MW instalado. Massificar essa produção vai ajudar o cidadão
comum que acha caro o preço da conta de luz. Propiciar uma energia mais barata
é fundamental no desenvolvimento do país.
Todavia, precisamos criar um
ambiente favorável à expansão desse negócio.
Esse é o momento para
formatar uma política de Estado que estimule a expansão do setor fotovoltaico,
e de criar um Marco Legal da Energia Solar. Só com planejamento e dialogando
com o segmento da produção podemos implantar uma política de desenvolvimento
industrial com esse foco.
Existem gargalos a serem
vencidos com a aprovação de leis que deem segurança ao consumidor, investidores
externos e internos. A Câmara muito pode fazer para colaborar.
Um módulo fotovoltaico
fabricado no Brasil custa 25% a 30% em comparação com o mesmo produto importado.
Uma consequente ação de desoneração dos insumos e componentes para geração de
energia de fonte fotovoltaica pode atrair investidores externo para ampliar o
parque fabril dessa tecnologia e baratear custos, aumentando a capacidade de
fornecimento dessa energia solar tão abundante em nosso País, sobretudo no
Nordeste.
Leônidas Cristino
Deputado Federal (PDT – CE)
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