Quem chegava ganhava uma camisa |
A reportagem flagrou um carro da prefeitura de Sobral com dois funcionários distribuindo camisetas a populares, antes do início da cerimônia. A camiseta, branca, traz a imagem da presidente com a mensagem "Dilma em Sobral". A prefeitura também alugou ônibus para levar funcionários e alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) para a solenidade. São esperadas cinco mil pessoas para o evento.
"Já votei na Dilma e vou votar novamente. Ela é uma boa presidente, que tem ajudado muito a população pobre. É uma mulher forte e decidida", disse a merendeira Olidia Faria de Souza, que ganhou uma das camisas após chegar ao local do evento transportada pelo ônibus alugado pela prefeitura. "(A camisa) É (tamanho) G, vai ficar folgada, mas não tem problema, vou usar."
Segundo o secretário-executivo do gabinete do prefeito, Paulo Flor (PT), a prefeitura não pagou pela confecção das camisas. "Ali (o carro da prefeitura flagrado pela reportagem) foi exatamente um apoio que a prefeitura deu, de deslocamento das camisas, mas não teve custo da prefeitura, não", comentou Flor à reportagem. Questionado sobre quem teria pago pelas camisas, respondeu: "Não foi a prefeitura, acho que foi uma instituição a nível de Estado que bancou."
Procurado pela reportagem, o secretário estadual de desenvolvimento agrário, Nelson Martins, também não soube responder quem mandou confeccionar as camisas. "Eu nem vi as camisas ainda. É aquele pessoal ali?", questionou, apontando para o público. Um funcionário da prefeitura que pediu para não ser identificado disse que recolheu a camisa na casa de pessoa próxima ao prefeito.
O chefe de gabinete e irmão do prefeito, Luciano Arruda, negou a participação da prefeitura tanto na confecção quanto na distribuição das camisas. "Sobral é uma cidade pequena, qualquer atitude isolada de uma pessoa foi tomada sem nenhuma instrução da prefeitura", comentou. Segundo ele, a confecção das camisas ficou a cargo de movimentos sociais presentes à cerimônia, como a Central Única das Favelas (Cufa) e o Movimento Eclesiástico de Base. Sobre o automóvel da prefeitura flagrado pela reportagem distribuindo as camisas, respondeu: "Desconheço esse episódio."
Com informações A Folha Vitória
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