A educação é reconhecida como política pública mais
eficiente de promoção da dignidade do homem e na formação da cidadania, junto
com o trabalho. Pela educação, os países trilham o caminho mais curto que leva
à mobilidade social.
A educação é uma ferramenta que influencia na redução das
desigualdades sociais e dá um norte, afastando os jovens dos perigos da
marginalidade e da violência.
O Brasil atravessa um período sombrio da história com um
governo que não enxerga esta realidade. Ao olhar para a educação através de um
vidro embaçado por preconceitos ideológicos, até por sentimento de raiva contra
quem faz a educação no país, o governo não compreende o que está em jogo.
O governo não apresenta um projeto para a educação. Em vez
de solução consistente, vemos a proliferação de coisas periféricas, exotismos
lançados ao vazio, como a defesa de liberação do porte de armas numa sociedade
violenta além da conta.
Em vez de defender escolas em tempo integral, vemos avançar
o ensino domiciliar. Em vez da valorização do professor, vemos o combate à
ideologia de gênero e a tonteira do projeto escolas sem partido.
Em vez de fortalecer a expansão do ensino médio de tempo
integral com educação profissionalizante, vemos a ênfase que pretendem dar na
expansão das escolas cívico-militares.
Defendemos uma educação de qualidade em todos os níveis.
Esta é uma bandeira do PDT, calcada na prática em governos estatuais, desde o
pioneirismo de Leonel Brizola, um desbravador de caminhos. Provamos que é
possível, porque fizemos no Ceará, o estado melhor posicionado no ranking do
IDEB e o que possui maior número de escolas de nível médio em tempo integral
com ensino profissional.
Temos o exemplo de Sobral, no Ceará, município do semiárido
nordestino que mantém o melhor IDEB do Brasil. Tenho a honra de ter sido
prefeito do município, sucedendo a Cid Gomes, que iniciou este trabalho na
educação, continuado por Veveu Arruda e agora aprimorado por Ivo Gomes.
Por duas vezes o Brasil foi às ruas protestar contra os
cortes e contingenciamento de recursos na educação perpetrados pelo atual
governo. As universidades públicas e os institutos federais, que ofertam também
o ensino técnico de nível médio, são centros de excelência acadêmica e
científica, mas hoje são alvo de arrocho que não disfarça a ameaça de
privatização.
Esta política de estrangulamento das universidades é
orquestrada com o corte de bolsas da Capes e CNPq.
É de tristeza o cenário quando o campus não tem dinheiro
para investimento, mal paga as contas de água e luz.
Em vez de apresentar uma solução para tirar da crise as
universidades, o governo apresenta o projeto do Future-se. Future-se como, se o
presente é de ameaça e trevas?
A Constituição assegura às Universidades autonomia
didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, que o
governo não quer aceitar.
O momento é de resistência e luta.
Leônidas Cristino
Deputado Federal (PDT- CE)
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