Por Analice Fontenele Portela*
E sentir o tempo voltar estagnando na parada
adolescência, onde o frescor dos sentimentos atinge a mais elevada de suas
manifestações...
Ah, quem dera eu pudesse amar...
E ter em meus olhos a figura do meu deleite refletida de
alma afora como uma sala de espelho que só reflete uma única imagem, embora por
ângulos distintos...
E sentir aflorar dentro de mim uma enxurrada de coisa boa
que empesta o ambiente de fora vislumbrando nuances da beleza original e ainda
sobrando tinta para pintar o belo da vida aos quatro cantos do mundo...
Ah, quem dera eu pudesse amar...
E sentir o propósito de Deus para com os homens e o
magnífico privilégio de poder manifestar tal sensação, embora cônscia das limitações
humanas que nunca traduzirão, à risca, o amor, tamanha sua sublimidade...
E ter a dignidade de ceder meu corpo e minha alma como
templo sagrado para expressar, das mais distintas formas, o que poderíamos
traduzir como sentido da vida...
Ah, quem dera eu pudesse amar...
Guardaria em segredo o meu amor, para protegê-lo, e como
uma criança que dorme abraçada a seu brinquedo afeto, cuidaria de afagá-lo,
zelá-lo e agarrá-lo a meu peito para que o sono não fraquejasse as minhas forças e me fizesse
perdê-lo...
Levitaria ao adormecer e como uma encanto onírico
pousaria em terra nunca d’antes habitada
Ah, quem dera eu pudesse amar...
*Professora de Português e Inglês
16/01/2011
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