Segundo a juíza, Rosa Mendonça, uma das coordenadoras da campanha "A campanha foi pensada para atingir melhor o público masculino, que é o maior agressor da mulher e é muito envolvido pelo futebol. Resolvemos usar a linguagem que o homem gosta para atingir esse público e pedimos ajuda aos cronistas desportivos, clubes, times e presidentes de associações, pois há uma familiaridade maior deles com o torcedor", explica.
Essa forma de trabalho é interessante para a magistrada, pois considera um meio muito eficaz. A juíza observa que as Delegacias do Interior do Estado não possuem ainda tantas denúncias, porque as pessoas agredidas sentem vergonha e temem represálias. "Sem contar que ainda não existe uma efetiva rede de atendimento que possa amparar a vítima dessa denúncia. Faltam políticas públicas como o Centro de Referência com psicólogos e assistentes sociais. Falta uma casa abrigo para mulheres que correm um sério risco de morte", diz.
Segundo a delegada da Delegacia da Mulher em Sobral, Penélope Malveira, o município é hoje quatro vezes mais violento nessa especialização do que Fortaleza. "Ao considerar a população de Fortaleza e fazer a proporção com o número de inquéritos, essa porcentagem é quatro vezes menor do que a de Sobral. Não estou dizendo que o número de inquéritos é menor, e sim a proporcionalidade em relação à Capital é", explica.
Apenas em 2012, Sobral fechou o ano com 294 inquéritos da Delegacia da Mulher, mais 93 inquéritos da Delegacia Civil que constavam crimes contra a mulher. "Como o plantão fica com a regional civil geral, os números deles contabilizam separados dos nossos. Mas totalizamos 387 inquéritos. Em Juazeiro do Norte, 2012 terminou com 301, já Crato, com 268", conta a delegada.
Muito bem. A Dra. Penélope é uma Delegada Competentíssima e devidamente especializada neste tema. Parabéns Doutora.
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